Description
Se me amas,
a mim ama em Mariana
Em noites nuas,
No meu berço, minha cama
Onde brotei na poeira das ruas:
Ao alvedrio
Qual um sonho,
Vento de corrupio
Menino-de-santo-antônio.
Orelha
O menestrel é o poeta do cotidiano. Aquele que percebe à sua volta os sentimentos que transpiram. Colhe a sua poesia no vento, na poeira, nas imagens que vê nas nuvens, no que ouve pelas veredas. Observador atento perfila as mais simples emoções, amores frágeis, amizades perenes, fotografias do momento e constrói um mosaico de sensações. Ao versejar espalha suas impressões do mundo, das pessoas, dos acontecimentos.
No período medieval o menestrel era o cancioneiro oral das praças, que propunha em suas cantigas provocar seus desafetos – cantigas de escárnio e maldizer –, louvar seus idílios – cantigas de amor –, ou enaltecer seus sentimentos – cantigas de amigo.
Israel Quirino propõe, nos dias de hoje, uma visita aos menestréis e, à beira dos caminhos trilhados, compõe suas “Cantigas de Bendizer”, homenagens às amizades feitas durante a caminhada. Proclama “Cantigas d’Amores”, sem pudores, em versos leves e intimistas e apresenta, em um último ato, “O Cancioneiro de Beira-Estrada” em que verseja sobre temas variados, sem perder a leveza dos versos ou detalhes dos tempos vividos.