Description
Com imensa satisfação, releio esta obra pela terceira ou quarta vez, em seu manuscrito original. Conhecendo o autor de perto, a cada leitura, escuto sensivelmente o som de cada palavra, em cada verso, um novo sorriso, embalado pelo vento brando de uma nova experiência que refresca a alma, com o raro olhar que brilha diante da inquietação de um novo desconhecido.
Conheço dois Thiagos. O vivo e o escrito. Não que o último tenha morrido; porém, esse é uma especialização do primeiro, cheio de outros sentidos. O Thiago vivo, atento às pequenas coisas que lhe tocam os ouvidos, mistura os elementos capturados no dia a dia, seu campo de trabalho mais fértil, embaralha-os em seus blocos com notinhas, e, com ciência peculiar, cria novas unidades de sentido.
Ambos são diários, intensos e solitários para quem se dispõe a ouvir o que eles têm para ser-lhe dito.
Na contramão dos costumes e das ideologias mais comuns ao temperamento humano, mormente em virtude dos anseios desenfreados pela satisfação material, Thiago se dispõe constantemente ao chamado das palavras, como sua última ambição de vida, compondo em versos, o multiverso de tudo o que aos outros passa despercebido.
Como um alquimista que busca na natureza a essência dos elementos mais raros e desconhecidos, prontos para serem escolhidos e recolhidos, o autor, com pensamento e energia genuína, os atrai, se deixa distrair e, com a lábia de poeta, os ressignifica.
Sem mais delongas, saúdo-os e lhes digo: se têm a oportunidade de conhecê-lo, façam-no enquanto vivo. Caso contrário, leiam-no e conheçam-no por escrito.
Kenji Masato, 2024.