Description
De Pablo Neruda a Saramago e de Michelangelo a Sócrates, Cícero Nardini Querido faz sua estreia na poesia desvirando seus avessos, como diz em vocatio, tornando-se o escritor-leitor. Diferente do poema “Não me chamo”, em que há uma reflexão sobre busca identitária e pacto com o “fazer em silêncio” desse momento, aqui é Corisco e, portanto: centelha, trovão, rompante.
A partir da observação de espaços, como o céu estrelado das gerais, em “Reluz”; de narrativas, como a de “Dona Benê”; de pássaros, como em “Triste-vi” e até mesmo de sonhos, como em “Interrupsonho”, há um mergulho em temáticas de experiências coletivas, como em “O poeta envenenado” e em considerações provocativas sobre o indivíduo, como em “Persona”. Além disso, questões sobre amor, desamor, vida e morte permeiam estas páginas, vizinhas de fotografias igualmente poéticas e heterogêneas. Assim como a epígrafe de Corisco, este livro também “já veio”.
– Paula Fazzio é professora de Redação e Mestra em Teoria Literária pela UNICAMP