Description
As palavras que, habitualmente, desfio
surgem de uma embolada fiada de ideias inatas,
as quais emendo, criteriosamente, fio a fio,
numa desafiadora tentativa de torná-las natas.
E, mesmo em meio a imposto abandono,
as ideias, estou sempre a repensar,
porque creio que, da verdade, não sou dono,
então mantenho certa acuidade no pensar.
Seleciono, com elaborado critério, cada semente
antes de me dedicar à semeadura,
pois, consciente do que me vem à mente,
não pretendo tornar a vida ainda mais dura.
….
Minha escrita, movida por um ímpeto irrefreável, é por demais exibicionista. Não no sentido de que ache o seu conteúdo um suprassumo. Longe disso! Mas, sim, na pretensão idiossincrática dos temas que esboço, nas formas diversas que experimento.
A sonoridade dos meus versos, bafejada para mim por vozes do imponderável, busca dar um realce maior às palavras ao pontuá-las com indispensáveis rimas. Os sopros, vaidosos em suas rimas, que me ditam os versos, obram pelo inusitado quando formatam as estrofes que dão vazão às narrativas.
Então, fogosos, os poemas desfilam a exibir as minhas versões sobre os fatos. Fantasiosas verdades? Mentiras artificiosas? Sinceramente! Isso, a mim, não importa. Minha aspiração é que seus conteúdos produzam nos espíritos, daqueles que os leem, momentos de arroubos e de introspectivos deleites.